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Florianópolis,13/09/2025

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Andréa Vergani

DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA


DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA

Violência Contra a Pessoa Idosa: Um Desafio Coletivo Social e Cultural

A violência contra a pessoa idosa é uma realidade alarmante e crescente, envolvendo múltiplas formas de abuso que afetam milhões de indivíduos ao redor do mundo. Além de ser uma grave violação dos direitos humanos, essa questão é agravada por desafios adicionais como o etarismo e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas idosas no mercado de trabalho.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, estima-se que uma em cada seis pessoas idosas tenha sofrido algum tipo de abuso. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional, as previsões indicam que o número de casos de violência contra pessoas idosas pode crescer significativamente.

Tipos de Violência Contra a Pessoa Idosa

1. Violência Física: Esta modalidade inclui agressões como empurrões, tapas, socos ou qualquer ato que cause lesão física.

2. Violência Psicológica: Engloba agressões emocionais ou verbais. Ações que causam medo, sofrimento emocional ou diminuição da autoestima da pessoa idosa. Exemplo: gritar ou insultar constantemente o idoso em público.

3. Negligência: Ocorre quando há uma omissão em atender às necessidades básicas da pessoa idosa, como alimentação, medicação ou cuidados de saúde. Exemplo: deixar uma pessoa idosa sozinha por longos períodos, sem cuidados ou visitas.

4. Violência Patrimonial: Esta forma de violência tem se tornado uma grande preocupação. Envolve a utilização indevida ou ilegal dos recursos financeiros e propriedades do idoso. Exemplo: um membro da família que acessa a conta bancária da pessoa idosa sem autorização para uso pessoal.

5. Violência Sexual: Inclui qualquer comportamento sexual não consensual. Entre as pessoas idosas, deve-se também discutir o estupro marital, que é o abuso perpetrado pelo cônjuge ou parceiro, frequentemente minimizado devido a normas culturais que desconsideram o consentimento no casamento.

Etarismo e suas Implicações

Além dos tipos de violência previstos na legislação, tem-se outras formas de discriminação como o etarismo e o capacitismo. Etarismo refere-se à discriminação com base na idade e é um fator importante na marginalização das pessoas idosas. Essas formas de preconceito manifestam-se em estereótipos que rotulam os mais velhos como incapazes, irrelevantes ou um fardo para a sociedade. Essa discriminação pode afetar profundamente a autoestima das pessoas idosas e limitar seu acesso a oportunidades sociais e econômicas. O preconceito assume características mais profundas quando combinada com a desigualdade de gênero, afetando particularmente as mulheres idosas, que podem enfrentar duplo preconceito por idade e gênero.

Desigualdade no Mercado de Trabalho

A dificuldade de acesso ao mercado de trabalho é uma das muitas formas pelas quais o etarismo e o capacitismo se manifestam. Muitas pessoas idosas enfrentam barreiras significativas ao buscar emprego, seja por serem considerados "velhos demais" para aprender novas habilidades ou por preconceitos que favorecem candidatos mais jovens. Mesmo aqueles com ampla experiência frequentemente encontram portas fechadas, levando à insegurança financeira e à dependência econômica, fatores que podem aumentar sua vulnerabilidade a diversos tipos de abuso, incluindo a violência patrimonial. As disparidades de gênero agravam a situação para as mulheres idosas que, frequentemente, enfrentam maiores dificuldades para se manterem empregadas ou para retornar o mercado de trabalho. Elas podem ser vistas como menos adaptáveis ou menos capazes em comparação com suas contrapartes masculinas ou candidatas mais jovens. Além disso, as interrupções de carreira comuns entre as mulheres, devido a responsabilidades familiares, podem resultar em menos oportunidades de progressão e menores benefícios financeiros, aumentando sua vulnerabilidade econômica e, consequentemente, a exposição à violência doméstica.

Caminhos de Esperança e Apoio

À medida que a consciência sobre a violência contra a pessoa idosa cresce, há também um aumento nos esforços para enfrentá-la. Organizações governamentais e não governamentais ao redor do mundo trabalham esse tema. Campanhas de conscientização e programas de capacitação para famílias e cuidadores são fundamentais para mudar percepções e práticas culturais enraizadas que toleram ou escondem abusos. Entretanto, para além da família e cuidadores é de suma importância que profissionais de todas as áreas, como saúde, educação, transporte, recrutamento tivessem capacitações periódicas.

Igualmente o enfrentamento ao etarismo, capacitismo e a desigualdade de gênero requer intervenções que promovam a inclusão e o respeito por todas as idades. Programas e políticas que apoiem não apenas a empregabilidade de pessoas idosas, mas que também garantam igualdade de oportunidade para as mulheres, são fundamentais.

Apesar dos desafios significativos, há esperança em um futuro mais inclusivo e livre de violência para todas as pessoas. Ao reconhecer e confrontar as formas de discriminação que as pessoas idosas enfrentam, especialmente as mulheres, podemos trabalhar juntos em direção a uma sociedade onde todos, independentemente da idade ou gênero, são tratados com dignidade e respeito. A mudança começa com cada um de nós, promovendo atitudes de respeito e empatia.

Cada ato de bondade e cada atitude de respeito implanta a semente para uma mudança cultural positiva. Todos têm um papel na proteção e valorização das pessoas idosas, promovendo uma sociedade onde a dignidade e os direitos humanos são inalienáveis e universais.

Para pessoas que precisam de ajuda ou desejam denunciar casos de abuso, o serviço Disque 100 é uma ferramenta acessível e confidencial. Ele permite que qualquer pessoa relate casos de violência contra pessoas idosas e receba orientação sobre como proceder. Este serviço está disponível 24 horas por dia, e as denúncias podem ser anônimas. Outra possibilidade é verificar se a sua cidade possui delegacia especializada de proteção a pessoa idosa. Aqui em Florianópolis é possível recorrer a DPCAMI, Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, situada a R. Delminda Silveira, 811 - Agronômica, Florianópolis - SC, 88025-500. Entretanto, é necessário verificar o horário de funcionamento, visto que o atendimento não é 24h.

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