Andréa Vergani
Lançamento do PSD Mulher em Palhoça lota plenário da Câmara com mulheres e mães e marca um novo capítulo na luta pela representatividade feminina
Na noite em que a Câmara de Vereadores de Palhoça abriu suas portas para o lançamento do PSD Mulher, o plenário — tradicionalmente dominado por vozes masculinas — foi tomado por mulheres e crianças.
Mulheres de todas as idades, mães — em sua maioria atípicas —, donas de casa, lideranças comunitárias, empreendedoras, gestoras públicas e cidadãs que compreendem que o fortalecimento do feminino também passa por ocupar espaços de poder e decisão.
O lançamento, idealizado pelo vereador Jean Negão, presidente do PSD em Palhoça, contou ainda com a presença de lideranças estaduais do partido, como Marlene Fengler, além de diversas lideranças locais. Júlio Garcia foi representado pelo seu chefe de gabinete, Carlos Mamute.
A simbologia do encontro foi potente: reunir-se na Casa do Povo — o espaço onde a voz do cidadão se transforma em leis, projetos e políticas públicas que melhoram a vida na cidade — deu novo significado à presença feminina naquele plenário.
Mas há um dado que evidencia o tamanho do desafio: Palhoça possui 21 cadeiras no Legislativo Municipal e, em toda a sua história, apenas três mulheres foram eleitas vereadoras.
Nenhuma ocupa uma cadeira atualmente — um retrato que reflete o cenário nacional.
Atualmente, o Brasil ocupa a 133ª posição entre 181 países no ranking mundial de representatividade feminina na política.
Apenas 18,1% da Câmara dos Deputados e 19,8% do Senado Federal são compostos por mulheres — índices que colocam o país atrás de nações como Israel, Afeganistão e Arábia Saudita.
Esses números mostram que a representatividade feminina, em vez de avançar, pode estar regredindo.
E isso não é apenas uma questão estatística — é o reflexo de uma sociedade que ainda silencia as vozes femininas.
O alerta também é social: o Brasil segue entre os países que mais matam mulheres no mundo, e não há como dissociar a ausência feminina nos espaços de poder da violência que silencia e mata mulheres diariamente.
Afinal, a violência contra as mulheres começa quando não temos voz e quando não estamos à mesa onde as decisões são tomadas.
E se já temos baixa participação feminina na política, quando falamos de mães, esse número é ainda menor.
Ontem, o PSD Palhoça mostrou o seu tamanho e a sua força.
Mas, mais do que isso, mostrou que tem visão e compromisso com a democracia.
E as mulheres e mães mostraram que gostam, entendem e fazem política. Além disso, que estão preparadas para ocupar os espaços de poder com competência, sensibilidade e coragem, e anseiam por uma maior representatividade.
O lançamento do PSD Mulher em Palhoça não foi apenas uma celebração.
Foi um convite à reflexão e um chamado à ação.
“Falar sobre política é necessário, mas eleger mais mulheres e mães é urgente.”
Que o exemplo de Palhoça inspire outros municípios.
Porque eleger mais mulheres não é apenas sobre igualdade — é sobre transformar vidas, cidades e futuros.
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PSD Mulher Palhoça
Tainara Martins – Presidente
Cristiane Correa – Vice Presidente
Maria Eduarda Espíndola – 1ª Secretária
Luana Souza Martins – tesoureira
Marina Eloa Benites – Vogal
Kenia Terezinha Kichner - Vogal



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